sábado, 15 de janeiro de 2011

Actores/Actrizes Falecidos

 
   Em seguimento do Separador anterior, aqui ficam, infelizmente, os Actores/Actrizes que já partiram.
   Como já disse esta minha ideia serve para Homenagear, como grupo, todos eles.
   Marcaram de uma forma ou de outra o Teatro em Portugal, acompanhando-o assim na sua evolução, que na grande maioria foi devida aos seus trabalhos. Também com a ajuda e empenho deles, temos hoje no nosso país muitos artistas de excelência, que aprenderam ao longo do tempo, com os MELHORES!
   Aqui fica o nosso agradecimento, relembrando assim, um pouco de cada um...
MUITO OBRIGADO!



 Amélia Rey Colaço

Nome completo Amélia Scmidt Lafourcade Rey Colaço Robles Monteiro
(1898-1990)


  Actriz e encenadora de teatro. Portuguesa, filha de um pianista de renome, Alexandre Rey Colaço, que foi professor do último rei de Portugal D. Manuel II. Teve quatro filhas e todas educou nas artes. Amélia desde jovem que se apaixonou pela arte de representar. Aos catorze anos já sabia que ia ser actriz e o pai proporcionou-lhe aulas com o mestre actor Augusto Rosa. Estreou-se em 1917 na peça Marinela, de Peres Galdós, no Teatro República (nome do actual Teatro São Luís). Foi uma das rainhas do palco com mais duas grandes actrizes, Palmira Bastos e Adelina Abranches. Casou em 1920 com Manuel Teles Jordão Robles Monteiro e tiveram uma filha, também actriz. O casal criou, em 1921, a Companhia com o nome de ambos que actuou de início no Teatro Nacional de São Carlos, depois Politeama, o Ginásio, seguiu-se o Trindade e, em 1929, estavam no Teatro Nacional D. Maria II, onde transformaram uma casa velha numa verdadeiro sala de teatro. A nº 1 de Lisboa. A Companhia extinguiu-se em 1974, mas a vida como actriz continuou até ao fim. Amélia Rey Colaço teve uma carreira fulgurante onde se contam sucessos nas peças "Salomé", "Outono em Flor", "Um Marido Ideal", "Romeu e Julieta". "A Visita da Velha Senhora" e "As Árvores Morrem de Pé". A actriz e a sua Companhia foram também uma preciosa escola de actores. Coube a Amélia Rey Colaço a iniciativa de levar ao público peças de autores portugueses como António Ferreira (O Judeu) José Régio, Alfredo Cortez, Virgínia Vitorino, Carlos Selvagem, Romeu Correia, Bernardo Santareno, Luís de Stau Monteiro, entre outros. Foi muito acarinhada na sua carreira tendo sido amiga pessoal da rainha D. Amélia de Orleães e Bragança e depois da queda da monarquia de todos os que amam o teatro. O último grande papel desempenhou-o aos 87 anos na figura de D. Catarina na peça de José Régio "El Rei D. Sebastião".




 Margarida Adelina Abranches

Data de nascimento: 15 de Agosto de 1866 (Lisboa)

Data de óbito: 21 de Novembro de 1945

   Menina prodígio do teatro português, estreia-se aos 4 anos de idade na peça Meninos Grandes no Teatro Nacional D. Maria II. Fica conhecida como «a espanhola», devido ao traje com que se estreou no teatro. Iniciou a sua fulgurante carreira no Rio de Janeiro, representando, apesar da sua pequena figura, papéis de ingénua, «soubrettes», travestis ou damas galantes. Destacou-se em inúmeras interpretações em peças como Os Velhos, Avô, Pranto de Maria Parda, ou Dama das Camélias onde obteve grande sucesso.  Em Portugal trabalhou com Amélia Rey Colaço ao lado de Eunice Muñoz ou Estêvão Amarante. Foi casada com Luís Ruas, empresário do Teatro do Príncipe Real e mãe dos actores Luís Ruas e Aura Abranches, que publicou as as suas memórias em 1947. Foi condecorada com a Ordem de Santiago da Espada.




  Augusto Boal (1931- 2009)


Actores somos todos nós, e cidadão não é aquele que vive em sociedade: é aquele que a transforma!

 
   Augusto Boal nasceu no Rio de Janeiro em Março de 1931, filho de pai português. Formou-se em Química pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e na década de 1950, enquanto realizava estudos de doutoramento em Engenharia Química, na Universidade de Columbia, em Nova Iorque, estudou também dramaturgia na School of Dramatics Arts com John Gassner, professor de Tennessee Williams e de Arthur Miller. 
   No Teatro de Arena de São Paulo criou o Teatro do Oprimido, que lhe deu reconhecimento internacional por aliar arte dramática e acção social. "Todos os seres humanos são actores - porque actuam - e espectadores - porque observam. Somos todos espect-actores", afirmava. E este conceito ajuda as pessoas a inserirem-se na sociedade, acreditava. 
    Nos anos 70, trabalhou durante dois anos com A Barraca, onde assinou a peça Barraca Conta Tiradentes (1977) e escreveu com Chico Buarque Mulheres de Atenas, uma adaptação de Lisístrata, de Aristófanes. 


  António Silva

António Maria da Silva (Lisboa, 15 de Agosto de 1886 — Lisboa, 3 de Março de 1971) foi um actor português.
Nascido no seio de uma família humilde, começou a trabalhar cedo, como marçano. Concluiu o Curso Geral do Comércio. Foi comandante de uma corporação de bombeiros.
   Teve a sua formação teatral em grupos amadores da capital, estreando-se profissionalmente em 1910, no palco do Teatro da Rua dos Condes, em O Novo Cristo de Tolstoi. Contratado pela companhia Alves da Silva, aí participa em peças como O Conde de Monte Cristo ou O Rei Maldito. Vai para o Brasil em 1913, onde permanece até 1921, em digressão com a companhia teatral de António de Sousa. Casa-se com Josefina Silva em 1920. De volta a Portugal, trabalha vários anos consecutivos na Companhia de Teatro Santanella-Amarante, em peças de teatro ligeiro e de revista. Integra ainda as companhias de Lopo Lauer, António de Macedo, Comediantes de Lisboa e Vasco Morgado.   
   Foi distinguido, no dia 4 de Novembro de 1966, como Oficial da Ordem Militar de Santiago da Espada, uma das Antigas Ordens Militares que tem por fim distinguir o mérito literário, científico e artístico, pela Presidência da República Portuguesa.



  António Feio
 
   António Jorge Peres Feio (Lourenço Marques, 6 de Dezembro de 1954Lisboa, 29 de Julho de 2010) foi um actor e encenador português condecorado, a 27 de Março de 2010 por Cavaco Silva (Presidente da República de Portugal), com o grau honorífico de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique.  Viveu em Moçambique até aos sete anos, tendo-se instalado em Lisboa, com a família. Estreou-se aos onze no teatro, com a peça de Miguel Torga, O Mar, dirigida por Carlos Avilez, no Teatro Experimental de Cascais. Em 1969, profissionalizado na companhia teatral de Laura Alves, volta a Moçambique, em digressão com a peça Comprador de Horas. Em 1974 está, de novo, no Teatro Experimental de Cascais, de onde sai para formar, com Fernando Gomes, o Teatro Aquarius. Passa de seguida para a Cooperativa de Comediantes Rafael de Oliveira, Teatro Popular-Companhia Nacional I, sob a direcção de Ribeirinho, Teatro São Luiz, Teatro Adóque, Teatro ABC, Casa da Comédia, Teatro Aberto, Teatro Variedades, Teatro Nacional D. Maria II.
   Começa a encenar com o espectáculo Pequeno Rebanho Não Desesperes de Christian Giudicelli, na Casa da Comédia. Segue-se Vincent de Leonard Nimoy, no Teatro Nacional D. Maria II e O Verdadeiro Oeste de Sam Shepard, no Auditório Carlos Paredes. Faz, como actor, Inox-Take 5 (1993) com José Pedro Gomes e é o início de um trabalho em conjunto e de uma "dupla" que dura até ao fim da sua vida. Começa a dirigir cursos de formação de actores no Centro Cultural de Benfica e forma com vários alunos alguns grupos: O Esquerda Baixa e o Pano de Ferro, e com eles faz alguns espectáculos. Seguem-se muitas outras encenações sendo as mais importantes: A Partilha de Miguel Falabela e O Que diz Molero de Diniz Machado (Teatro Nacional D. Maria II); Perdidos em Yonkers de Neil Simon e Duas Semanas com o Presidente de Mary Morris (CCB e Teatro Nacional S. João); Conversa da Treta de José Fanha (Auditório Carlos Paredes); O Aleijadinho do Corvo de Martin McDonagh (Visões Úteis/ Teatro Rivoli); Arte de Yasmina Reza (Teatro Nacional S. João); Bom Dia Benjamim de Nuno Artur Silva, Luís Miguel Viterbo e Rui Cardoso Martins (CCB e Expo98); Portugal Uma Comédia Musical de Nuno Artur Silva e Nuno Costa Santos (Teatro São Luiz); Popcorn de Ben Elton ao lado de Helena Laureano, Deixa-me Rir de Alistair Beaton,Jantar de Idiotas e O Chato de Francis Veber (Teatro Villaret).
   Acabou por falecer no dia 29 de Julho, às 23h40, na unidade de Cuidados Paliativos do Hospital da Luz, vítima de um cancro no pâncreas contra o qual lutava há largos meses.
  
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  Cândido Ferreira

   Iniciou a sua actividade como actor no Teatro Operário de Paris, com Hélder Costa, em 1971. Três anos mais tarde, já em Portugal, foi um dos membros fundadores de O Bando, grupo que dirigiu e onde trabalhou durante 12 anos como actor, dramaturgo, encenador e produtor. Depois da sua saída de O Bando, passou a colaborar com várias companhias, passando pelo Teatro Experimental do Porto (TEP), Teatro da Cornucópia, Companhia de Teatro de Sintra, Escola da Noite, e regressando pontualmente ao Bando. Como actor foi dirigido por encenadores como Mário Viegas, Luís Miguel Cintra, João Brites, Antonino Solmer, José Carretas, António Augusto Barros, Ana Tamen, Konrad Zchiedrich e Christine Laurent. Com o espectáculo Comunidade de Luiz Pacheco, foi-lhe atribuído o Prémio Garrett interpretação masculina em 1988. Como encenador dirigiu, entre outros, os espectáculos Flores de Estufa de Nuno Júdice e A Pandilha de sua autoria e O Que Fazem Mulheres, também da sua autoria a partir da obra homónima de Camilo Castelo Branco e Quem Me Dera Ser Onda do escritor angolano Manuel Rui Monteiro. Como, desde o início da sua actividade profissional, tem apoiado grupos de jovens amadores de teatro, escreveu para eles vários textos e encenou outros tantos para espectáculos de amadores e semi-profissionais. A partir de Junho de 2004 e até 2006 foi o director artístico da companhia residente do teatro Chaby Pinheiro, na Nazaré.




  Carlos Miguel

Mais conhecido por o "Fininho".




  Canto e Castro


   Henrique Vaz de Canto e Castro, (Lisboa, 24 de Abril de 1930 - Almada, 1 de Fevereiro de 2005), actor português.
   Estreia-se (ainda aluno do Conservatório Nacional de Teatro) na histórica companhia dos Comediantes de Lisboa, em 1946, ao lado de João Villaret, Assis Pacheco, António Silva, Ribeirinho (também encenador), entre outros. Distinguido pelo Conservatório Nacional com o Prémio Eduardo Brazão (1947), ingressa no Teatro Apolo, com Laura Alves e Assis Pacheco. De seguida integra o elenco fixo do Teatro Nacional, onde conquista o Prémio da Crítica em 1964. Depois do Teatro Monumental fixa-se numa companhia sediada no Teatro Villaret, constituída por Eunice Muñoz, José de Castro, Fernando Gusmão, entre outros. No Teatro Aberto (sob a direcção de João Lourenço) conquista mais um Prémio da Crítica, após ter ganho o Prémio de Melhor Actor pela Associação Portuguesa de Críticos com A Excepção e a Regra, de Bertolt Brecht, encenado por Joaquim Benite na Companhia de Teatro de Almada. É em 1999 que interpreta o papel de bobo em Rei Lear, de Shakespeare, encenado por Richard Cotrell, no TNDMII. Contou ainda com numerosas participações no teatro radiofónico da Emissora Nacional, onde ingressara aos 12 anos.
   Foi a sua última aparição no teatro, A Rainha do Ferro Velho, de Garçon Kanin, encenado por Filipe La Féria (Teatro Politeama), o seu último trabalho em teatro. Foi unanimemente reconhecido como um dos melhores actores portugueses.

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  Fernando Gomes

   Fernando Gomes (1944), actor, autor e encenador português. Pioneiro do movimento Café-Teatro nos anos 80. Director da produtora teatral Klassikus, Fernando Gomes criou, dirigiu e interpretou espectáculos como O Estranho Caso da Tia do Melro (1994); A Tragédia, a partir de Almeida Garrett (1996); Viva o Casamento, a partir de Alves & Cia. de Eça de Queiroz (2001); A Vida Trágica de Carlota a Filha da Engomadeira (2002), a partir do romance de Camilo Castelo Branco, Coisas Espantosas; Drakula.com (2003); Divina Loucura (2003); Romeiro Romeiro Quem és Tu Ninguém - uma volta a Garrett em 80 minutos (2005); entre outros. Escreveu para o Centro Dramático de Viana a peça Mas Afinal Quem És Tu, Ó Dona Maria da Fonte? (2008). Fez parte do elenco do musical "Cabaret", no Teatro Maria Matos. Escreveu e encenou "O Elixir do Amor", no Teatro da Malaposta.



 Filipe Ferrer

   Luís Filipe Martins Lopes do Rosário (Faro, 25 de Agosto de 1936 - Lisboa, 26 de Junho de 2007), conhecido pelo pseudônimo Filipe Ferrer, foi um actor e encenador português.
   Filipe Ferrer nasceu em Faro, onde o pai, foi durante muitos anos, gerente do Banco Nacional Ultramarino daquela cidade. Estudou no liceu da capital algarvia e, no Colégio de Santo Tirso, onde iniciou a sua carreira artística aos 13 anos, tendo aí estudado declamação e teatro, e mais tarde viajou para o Brasil, Paris e Londres.
   De regresso a Portugal, a partir da década de 1980, fez pelo menos 14 peças de teatro para palco e para televisão, como por exemplo "As Pestanas de Greta Garbo", um "one-man-show" original do artista "sobre a história secreta de alguns rapazes e raparigas" da sua geração, "nascidos em Portugal, em meados dos anos 30".
   Foi director de vários grupos amadores de teatro e trabalhou como actor em companhias tão distintas como a Companhia Nacional de Teatro, Teatro do Nosso Tempo ou Casa da Comédia.
   Faleceu no Hospital Curry Cabral, aos 70 anos de idade, vítima de doença prolongada, numa altura em que planeava regressar em definitivo à sua terra-natal.

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  Glicínia Quartin

   Glicínia Vieira Quartin (20 de Dezembro de 192427 de Abril de 2006) foi uma actriz portuguesa.
   Abandonou o Curso de Biologia na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa para se dedicar à actividade teatral, estreando-se em 1950 com Roberto e Melissandra, texto e encenação de Tomas Ribas, no Teatro Experimental da Rua da Fé. Trabalhou, posteriormente com o Teatro Moderno de Lisboa, Teatro Experimental do Porto, Teatro Experimental de Cascais, Teatro Nacional D. Maria II, Casa da Comédia, Teatro da Cornucópia (1973-2004) e Artistas Unidos, tendo sido dirigida por numerosos encenadores — João Guedes, Carlos Avilez, Luzia Maria Martins, Paulo Renato, Amélia Rey Colaço, Artur Ramos, Armando Cortez, Ricardo Pais, Filipe La Féria, João Mota, Rogério de Carvalho, João Canijo, Fernanda Lapa, Rogério Vieira, Adolfo Gutkin, Vítor Garcia, Luís Miguel Cintra, Jorge Silva Melo, entre outros. Interpretou autores como Jean Genet, Heiner Müller, Pier Paolo Pasolini, August Strindberg, Botho Strauss, Maximo Gorki, Marguerite Duras, Eça de Queirós, Bernardo Santareno, Raúl Brandão, Gil Vicente, Kleist, Samuel Beckett, Edward Albee, Frederico Garcia Lorca, Miguel de Cervantes ou Lope de Vega.
   Foi premiada pela Associação Portuguesa de Críticos de Teatro, Secretaria de Estado da Cultura, Casa da Imprensa e Secretariado Nacional de Informação. Em 2004 foi agraciada por Jorge Sampaio, com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.

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 Henrique Viana


   Henrique Viana (Lisboa, 29 de Junho de 1936Lisboa, 4 de Julho de 2007) foi um actor português.   Estudante da Escola Industrial Fonseca Benevides (Lisboa), inicia-se no teatro na Sociedade Guilherme Cossoul. Estreou-se em Amanhã Há Récita, de Varela Silva, juntamente com Luís Alberto, corria o ano de 1956. Ainda como amador na Guilherme Cossoul integrou o elenco de O Dia Seguinte, de Luiz Francisco Rebello e Catão, de Almeida Garrett, até vir a integrar a Companhia de Amélia Rey Colaço no Teatro Nacional. Em 1959 matricula-se no Conservatório Nacional, cujo Curso de Teatro não conclui para se estrear como profissional na peça O Lugre, de Bernardo Santareno, com encenação de Pedro Lemos (TNDMII). Em 1960 contracenava com Palmira Bastos em A visita da velha Senhora de Friedrich Durrenmatt (1960) encenado por Luca de Tema. Em 1962 passa a integrar a Empresa de Teatros Vasco Morgado, estreando-se na alta comédia em Loucuras de papá e de mamã de Alfonso Paso, encenada por Manuel Santos Carvalho, no Teatro Avenida, em Lisboa.
   Estreia-se no teatro de revista em 1967 - Sete Colinas de César de Oliveira, Rogério Bracinha e Paulo Fonseca, no Variedades. Foi co-fundador do Teatro do Nosso Tempo, onde protagonizou O Porteiro de Harold Pinter. Passou pelo Teatro da Estufa Fria, sendo que a partir de 1971 na companhia do Teatro Villaret, ao lado de Raúl Solnado alcança um dos seus maiores êxitos com O Vison Voador, de Ray Cooney. Permanece até 1973 nesta companhia, onde participa em várias peças sob a direcção de Paulo Renato e Adolfo Marsilach. Fez parte da fundação do Teatro Ádoque, participando nos espectáculos Pides na Grelha, CIA dos Cardeais, entre outras, estreando-se como autor neste teatro com Ó Calinas Cala a Boca (1977), em parceria com Ary dos Santos, Francisco Nicholson e Gonçalves Preto. Continua a trabalhar no teatro de revista no Teatro ABC com o empresário Sérgio de Azevedo. Seguidamente, interpretou O Tartufo de Molière, dirigido por Adolfo Marsilach; participou em Hedda Gabler, de Henrik Ibsen, com encenação de Carlos Quevedo.
   Henrique Viana morreu em Lisboa, a 4 de Julho de 2007, no Hospital dos Capuchos, vítima de cancro. O seu corpo está enterrado no Cemitério dos Olivais.


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  Isabel de Castro

   Isabel de Castro (Lisboa, 1 de Agosto de 1931 — Borba, 23 de Novembro de 2005) foi uma actriz portuguesa
   A sua carreira evoluiu também no teatro. Estas participações renderam-lhe vários prémios e galardões.

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 João Villaret


   João Henrique Pereira Villaret (Lisboa, 10 de Maio de 1913Lisboa, 21 de Janeiro de 1961) foi um actor, encenador e declamador português.
   Depois de frequentar o Conservatório Nacional de Teatro, começou por integrar o elenco da companhia de teatro lisboeta Amélia Rey Colaço-Robles Monteiro.
   Mais tarde, fez parte da companhia teatral Os Comediantes de Lisboa, fundada em 1944 por António Lopes Ribeiro e o seu irmão Francisco, mais conhecido por Ribeirinho.
   Teve uma interpretação considerada antológica na peça Esta Noite Choveu Prata, de Pedro Bloch, em 1954, no extinto Teatro Avenida, em Lisboa.


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  Laura Alves


   Laura Alves Magno (Lisboa, 8 de Setembro de 1927 - Lisboa, 6 de Maio de 1986) foi uma actriz de teatro, televisão, e cinema, portuguesa.
   Laura Alves nasceu no número 638 da Rua de São Bento de Lisboa. Foi actriz portuguesa conceituada, vendo o seu talento reconhecido além-fronteiras.
   Trabalhou muitos anos no Teatro Monumental em Lisboa, onde se iniciou aos nove anos de idade. Após a demolição do teatro ia frequentemente sentar-se junto aos escombros só para estar naquele lugar onde tinha trabalhado tanto.
   Estudou na Escola Industrial Machado de Castro. Actriz teatral desde 1935. Alcançou sucesso em palco, nos diversos géneros: revista, opereta, comédia e drama, sobretudo no Teatro Monumental (1951). Retirou-se em 1982.
   Foi casada com Vasco Morgado (1946) e Frederico Valério.
   Em 1986 foi homenageda com a criação do Teatro Laura Alves na Rua da Palma,palco onde a saudosa Ivone Silva actuou pela ultima vez. . Em 2001, foi homenageada no Teatro Politeama.
   Era casada com o empresário teatral Vasco Morgado e mãe de Vasco Morgado, Jr.

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 Luís Zagallo

   Luís Zagallo (1940/1941 - 27 de junho de 2010) foi um actor português com uma carreira no teatro, na televisão e no cinema. 
   Fez parte do elenco das peças de teatro cómicas "Pijama para 6" e "Uma cama para 7".
   Faleceu a 27 de Junho de 2010, na Casa do Artista, com 69 anos.

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  Morais e Castro


   José Armando Tavares de Morais e Castro (Lisboa, 30 de Setembro de 1939 - Lisboa, 22 de Agosto de 2009) foi um actor, encenador e advogado português.
   Actor experimental do Grupo Cénico do Centro 25 da Mocidade Portuguesa, enquanto estudante liceal. Estreia-se profissionalmente no Teatro do Gerifalto, dirigido por António Manuel Couto Viana na peça A Ilha do Tesouro (1956). Ainda no Teatro do Gerifalto, integrou o elenco de variadas peças, como O Fidalgo Aprendiz de Francisco Manuel de Melo ou Os Velhos Não Devem Namorar de Afonso Castellau. Em 1960 trabalha junto de Laura Alves. Em 1961 estreia-se na encenação, dirigindo no Cénico de Direito, O Borrão de Augusto Sobral, premiado no Festival de Teatro de Lyon desse ano. Estreia-se no cinema, com Pássaros de Asas Cortadas de Artur Ramos (1962).
   Integrou o Teatro Moderno de Lisboa, de 1961 a 1965, participando em O Tinteiro de Carlos Muñiz ou Humilhados e Ofendidos de Dostoievski onde obtém grande sucesso. Neste período contracenou com actores como Armando Cortez, Fernando Gusmão, Carmen Dolores ou Ruy de Carvalho. Em 1968 é co-fundador do Grupo 4 no Teatro Aberto, juntamente com Irene Cruz e João Lourenço e aí representou autores como Peter Weiss, Bertolt Brecht, Max Frisch, Peter Handke ou Boris Vian. Aí encenou também É preciso continuar de Luiz Francisco Rebello. Em 1985 em faz a comédia Pouco Barulho, com Nicolau Breyner, passsando depois pela Companhia Teatral do Chiado, onde ao lado de Mário Viegas participou em À Espera de Godot de Samuel Beckett. Em 2004 a sua interpretação em O Fazedor de Teatro de Thomas Bernard com Joaquim Benite na Companhia de Teatro de Almada valeu-lhe a Menção Honrosa da Crítica
   Faleceu a 22 de Agosto de 2009 no IPO de Lisboa vítima de cancro.



  Maria Dulce


   Maria Dulce Andrade Ferreira Alves Machado Ribeiro (mais conhecida por Maria Dulce) nasceu em Lisboa a 11 de Outubro de 1936 e morreu em Bucelas, Loures a 24 de Agosto de 2010. Foi uma actriz e produtora portuguesa.
    A esta participação seguiu-se um período de trabalho em Espanha, que marcou o início da sua carreira, entre 1950 e 1960, tendo feito teatro, cinema e rádio. Participou em trabalhos como La Señora de Fátima (1951) ou Un Día Perdido, em 1954) na sua passagem por Espanha. Maria Dulce interpretou vários papéis no teatro, e Hedda Gabler (2009), de Henrik Ibsen, foi a última peça em que a actriz participou. Encontrava-se actualmente a ensaiar a peça de teatro Sabina Freire, de Manuel Teixeira Gomes, que iria estrear no próximo dia 5 de outubro no auditório Eunice Muñoz.
   Maria Dulce foi também produtora em A Luz vem do Alto (1959). Tem uma biografia, escrita por Luciano Reis e pulicada pela Sete Caminhos, intitulada Maria Dulce - A verdade a que tem direito.



  Mariana Rey Monteiro


   Mariana Dolores Rey Colaço Robles Monteiro (Lisboa, 28 de Dezembro de 192220 de Outubro de 2010) foi uma actriz portuguesa.
   Filha de Robles Monteiro e de Amélia Rey Colaço, estreou-se em 1946, no Teatro Nacional. Participou em numerosas peças da Companhia Rey Colaço-Robles Monteiro. 
   Casada com o arquitecto Emílio Gomes Lino (1916-1958), com quem teve três filhos: Manuel Caetano (1948), Francisco Alexandre (1949) e Maria Rita (1952).
   Mariana Rey Monteiro faleceu com 87 anos no dia 20 de Outubro de 2010.



  Mário Barradas


   Mário de Melo dos Santos Barradas (Ponta Delgada, 7 de Agosto de 1931Lisboa, 19 de Novembro de 2009) foi um encenador e actor, fundador na década de 1960 do Teatro Universitário de Moçambique e, mais tarde, do Centro Dramático de Évora, o CENDREV, de Évora. Foi uma das figuras mais marcantes do panorama teatral português após a Revolução dos Cravos.
   Mário Barradas, como tantos outros, começou a interessar-se pelo Teatro no Liceu Nacional Antero de Quental, em Ponta Delgada, onde nasceu.
   De 1949 a 1954, licencia-se em Direito pela Universidade de Lisboa, e em 1954 assina a sua primeira encenação com a peça O Mestre Escola de Keita Fodebado, um grande poeta da Guiné Conacri, com tradução de Mário Pinto de Andrade. Entretanto dizia poemas em diversos locais, Barreiro, Coimbra, Casa dos Estudantes do Império e Cooperativa dos Trabalhadores de Portugal.
   Em 1956, como militar, partiu para Timor, e aí montou espectáculos, entre os quais "A Farsa de Mestre Pathelin" de autor anónimo do século XV.
   Em 1962 partiu para Moçambique, onde fundou o Teatro de Amadores de Lourenço Marques (TALM) e onde, até Abril de 1969, montou e interpretou 19 textos de teatro, entre os quais textos de Giraudaux, Cervantes, Lorca, O'Casey, Albee, Ghelderode, Brecht, e outros. Exerceu advocacia nesse período.
   Em Outubro de 1969, com uma bolsa da Fundação Gulbenkian, ingressou, como aluno, na Escola Superior de Arte Dramática do Teatro Nacional de Estrasburgo onde, em 1971, foi convidado para professor assistente. Em Junho de 1972, a convite da dra Madalena Perdigão, dirigiu o espectáculo final dos primeiros alunos da nova Reforma do Conservatório Nacional, tendo a partir de Outubro integrado a respectiva Comissão e passado a dirigir o mesmo Conservatório.
   Ligou-se entretanto ao grupo de Teatro Independente Os Bonecreiros, onde encenou A Mosqueta de Ruzante, A Grande Imprecação Diante das Muralhas da Cidade de Dorst e Noite de Guerra no Museu do Prado, de Rafael Alberti, esta já depois da Revolução de 25 de Abril.
   A partir de Maio de 1974 iniciou, com Norberto Ávila, a preparação da primeira companhia da Descentralização Teatral em Portugal e em 2 de Janeiro de 1975 fundou o Centro Cultural de Évora, mais tarde Centro Dramático de Évora – Cendrev, com sede no já centenário Teatro Garcia de Resende.
Encenou entretanto espectáculos em Viana do Castelo, Porto, Braga, Vila Real de Trás os Montes, no Teatro da Beira da Covilhã, Coimbra, nos Açores, e em diversos outros locais.
   Dirigiu cursos de formação de actores em inúmeras localidades do país.
Em Évora, fundou, com o encenador Luís Varela, a Escola de Formação Teatral do Cendrev.
   Encenou e interpretou textos de Aristófanes, Molière, Corneille, Mérimée, Büchner, Marivaux, Shakespeare, Goldoni, Tchekov, Turrini, Dorst, Bernard-Marie Koltèz, de quem foi colega e amigo, Vinaver, Bond, Gil Vicente, Sá de Miranda, Chiado, Garrett, Raul Brandão e muitos outros.
   Fundou o Teatro da Malaposta com José Peixoto e José Martins.
   A morte inesperada impediu-o de realizar o último projecto em que, com grande entusiasmo, trabalhou: a encenação de Troilus e Créssida, de William Shakespeare, co-produção entre a Companhia Teatro de Almada, A Companhia de Teatro do Algarve e a Companhia de Teatro de Braga, cuja estreia estava prevista para 22 de Abril de 2010. Em sua substituição, e em homenagem a Mário Barradas, a peça será encenada pelo actor e encenador suíço Michel Kullemann, com cenografia e figurinos de Christian Ratz, cenógrafo francês do Teatro Nacional de Estrasburgo.
   Foi sepultado no Cemitério do Alto de São João, em Lisboa.
   Foi casado com Maria Joana de Faria Bento Pessoa, com quem teve três filhos, Rui, Miguel, e Nuno.
   Acaba a sua autobiografia com a frase Duas últimas observações. Partilho a ideologia marxista-leninista e tenho nojo daquilo em que Portugal se está a transformar. E sou um homem de teatro, actor e encenador, mas nunca me misturei com o que considero o gosto do dinheiro, o facilitismo e a falta de rigor.



  Mário Viegas


   António Mário Lopes Pereira Viegas (Santarém, 10 de Novembro de 1948Lisboa, 1 de Abril de 1996) foi um actor, encenador e declamador português.
   Reconhecido como um dos melhores actores da sua geração, despertou para o teatro ainda aluno da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Daí passou para a Escola de Teatro do Conservatório Nacional, tendo a sua estreia profissional no Teatro Experimental de Cascais.
   Foi fundador de três companhias teatrais (a última das quais a Companhia Teatral do Chiado) e actuou em Moçambique, Macau, Brasil, Países Baixos e Espanha. Notabilizou-se como encenador, tendo dirigido obras de autores clássicos como Samuel Beckett, Eduardo De Filippo, Anton Tchekov, August Strindberg, Luigi Pirandello ou Peter Shaffer. Pela sua actividade foi distinguido, diversas vezes, pela Casa da Imprensa, pela Associação Portuguesa de Críticos de Teatro e pela Secretaria de Estado da Cultura, que lhe atribuiu o Prémio Garrett (1987). No estrangeiro foi premiado no Festival de Teatro de Sitges (1979), com a peça D. João VI de Hélder Costa. O seu último êxito teatral foi a peça Europa Não! Portugal Nunca (1995).
No cinema participou em mais de quinze películas, entre elas O Rei das Berlengas de Artur Semedo (1978), Azul, Azul de José de Sá Caetano (1986), Repórter X de José Nascimento (1987), A Divina Comédia de Manoel de Oliveira (1991), Rosa Negra de Margarida Gil (1992), Sostiene Pereira de Roberto Faenza (1996), onde contracenou com Marcello Mastroianni. Teve uma colaboração regular com José Fonseca e CostaKilas, o Mau da Fita (1981), Sem Sombra de Pecado (1983), A Mulher do Próximo (1988) e Os Cornos de Cronos (1991).
   Em 2001 o Museu Nacional do Teatro dedicou-lhe a exposição Um Rapaz Chamado Mário Viegas.




  Milú


   Milú, nome artístico de Maria de Lurdes de Almeida Lemos (Lisboa, 24 de Abril de 1926 - Cascais, 5 de Novembro de 2008) foi uma actriz portuguesa.   No teatro salientam-se as suas interpretações em espectáculos de revista, nomeadamente no Teatro Avenida e Teatro Variedades.
   Viveu no Brasil entre 1960 e 1968.
   Foi distinguida pela Secretaria de Estado da Cultura com uma condecoração de mérito artístico.
   Morreu no dia 5 de Novembro de 2008, em Cascais, vítima de problemas respiratórios.

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  Palmira Bastos


   Maria da Conceição Martinez de Sousa Bastos ou Palmira Bastos como era conhecida (Aldeia Gavinha, 30 de Maio de 1875 - Lisboa,10 de Maio de 1967), foi uma das mais conhecidas atrizes portuguesas.
   Palmira Bastos foi a terceira filha de um casal de artistas de teatro espanhóis que trabalhavam numa companhia ambulante. Casou com o empresário Sousa Bastos em 1894.
   A sua estreia como actriz deu-se em 18 de Julho de 1890 com a peça O Reino das Mulheres de E. Blum no Teatro da Rua dos Condes. Esta estreia, foi o início de uma longa carreira de 75 anos de dedicação ao teatro, que terminou com a sua participação na peça O ciclone em 15 de Dezembro de 1966.
   Distinguiu-se com as suas representações em diversos estilos (drama, comédia, opereta e revista). 
   Representou no Teatro Nacional de D. Maria II, Companhia Amélia Rey Colaço -Robles Monteiro.



  Raúl Solnado


   Raul Augusto Almeida Solnado (Lisboa, 19 de Outubro de 1929 - Lisboa, 8 de Agosto de 2009) foi um humorista, apresentador de televisão, actor português, produtor e roteirista. É pai da cantora Alexandra Solnado, do entertainer José Renato Solnado e do cantor e compositor Mikkel Solnado, além de avô da actriz Joana Solnado.
   Unanimemente reconhecido como um dos maiores nomes do humor português, começou a fazer teatro na Sociedade de Instrução Guilherme Cossoul (1947), profissionalizando-se em 1952.
   Raul Solnado foi um grande actor tendo mais trabalhos do que são referidos (1986 - Há Petróleo no Beato - Juvenal Costa).
   Faleceu no dia 8 de Agosto de 2009 aos 79 anos, vítima de doença cardiovascular. Será para sempre um ícone do povo português e de Portugal.  Foi, até à sua morte, Director da Casa do Artista, sociedade de apoio aos artistas, que fundou juntamente com Armando Cortez (1928-2002), entre outros.



  Rosa Lobato de Faria


   Rosa Maria de Bettencourt Rodrigues Lobato de Faria (20 de Abril de 1932 - 2 de Fevereiro de 2010) foi uma escritora, compositora e actriz portuguesa.
   Filha de um oficial da Marinha, cresceu entre Lisboa e Alpalhão, no Alentejo.
   O seu nome está na escrita como guionista, romancista, contista, poeta, dramaturga e letrista de canções. 
   Para o teatro escreveu as peças A Hora do Gato, Sete Anos – Esquemas de um Casamento e A Severa.
   Vitimou-a uma anemia, aos setenta e sete anos. Era viúva de Joaquim Figueiredo Magalhães, editor literário, desde 26 de Novembro de 2008.



  Raúl de Carvalho


   Raul de Carvalho (Salvaterra do Extremo, Idanha-a-Nova, 15 de Fevereiro de 1901Lisboa, 11 de Agosto de 1984) foi um actor português com vasta carreira no teatro e no cinema.
   A sua estreia no teatro aconteceu no Teatro do Ginásio, na peça de Alfredo Cortez com o título "Zilda".




  Ruy Furtado


   Rui Furtado (Lisboa, 21 de Março de 1919Lisboa, 19 de Março de 1991), actor português.
   Com várias interpretações significativas no cinema português, foi dirigido por Artur Ramos em variadas peças de teatro, como A Intrusa de Maurice Maeterlinck (1960), O Ausente de Charles Spaak (1961), A Capital de Eça de Queiroz (1971), entre outras. Com Ricardo Pais e Herlander Peyroteio participou em Ninguém (1979), adaptado de Frei Luís de Sousa de Almeida Garrett.
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 Vasco Santana


   Vasco António Rodrigues Santana (Lisboa, 28 de janeiro de 1898Lisboa, 13 de junho de 1958), mais conhecido como Vasco Santana, foi um dos maiores actores portugueses.
   Nasceu, em Lisboa no dia 28 de Janeiro de 1898 e morreu, também em Lisboa, no dia 13 de Junho de 1958. Foi pai de outro conhecido actor português, Henrique Santana e do produtor da RTP José Manuel Santana. Foi casado com a também actriz Mirita Casimiro.
   Adorado pelo povo português, Vasco Santana será, para todo o sempre, um marco incontornável da arte da representação. Actor genial, ao nível dos maiores do mundo, marcou para sempre a comédia à portuguesa. De enorme sensibilidade, dotado de invulgares técnicas teatrais, transformou-se num mito do cinema nacional. É impossível esquecer a sua famosa dupla com Laura Alves ou as suas célebres frases, marcas do cinema português e das nossas vidas.
   As pegadas deste gigante da representação fazem-se sentir na rádio, no cinema e no teatro. Existem centenas de imagens e sons que se atropelam para exibir a obra deste magnifico actor e ao mesmo tempo exibir o melhor da representação em Portugal. As linhas da sua biografia não valem uma cena de um dos seus filmes. A arte sempre lhe correu pelas veias, por isso desistiu do curso de arquitectura e seguiu a paixão pela pintura, frequentando a Escola de Belas-Artes. Mas não foi a desenhar ou a pintar telas que Vasco Santana alcançou a fama e se tornou célebre. Foi na arte da representação.
   Aos 19 anos, depois de repetidamente ver a peça O Beijo, de Arnaldo Leite e Carvalho Barbosa, no Teatro Avenida, Vasco Santana é convidado a substituir o actor Artur Rodrigues e, assim, faz , no ano de 1917, a sua primeira estreia teatral pública, com o papel de Palavreado. Devido ao seu inesgotável talento, a representação não podia ser outra coisa senão um êxito. Daí em diante nunca mais parou. Com as suas habituais manobras de genialidade no palco, levava ao delírio centenas de admiradores.
   Vasco Santana abandona então o curso de belas-artes e dedica-se exclusivamente à carreira dramática, fazendo longas temporadas no Teatro São Luiz e viajando ao Brasil em digressões das companhias teatrais em que trabalhava.
   A representação teatral acompanhou-o durante toda a sua carreira, fazendo-o quase até ao fim da sua vida, e, cada vez que subia ao palco, oferecia ao público a alegria e a boa-disposição que lhe eram intrínsecas, demonstrando o seu carácter pícnico. Mas Vasco Santana não fez só comédias, entrou também em algumas peças dramáticas, como “Três Rapazes e Uma Rapariga”. Brilhou de igual maneira transmitindo grande humanidade às personagens. Tinha talento nato, mas também dominava as técnicas de representação e sabia como ninguém improvisar. 


Peças que realizou:

  • Dinheiro dos Pobres, O (1956) .... Marques
  • Costa d'África, O (1954) .... Costa
  • Comissário de Polícia, O (1953) .... Rolinho
  • Eram Duzentos Irmãos (1952) .... Fernão Mentes Minto
  • Zé Analfabeto e o Trânsito, O (1952) .... Zé Analfabeto
  • Zé Analfabeto Faz Exame, O (1952) .... Zé Analfabeto
  • Zé Analfabeto na Vida Corrente, O (1952) .... Zé Analfabeto
  • Zé Analfabeto nos CTT, O (1952) .... Zé Analfabeto
  • Zé Já Não É Analfabeto, O (1952) .... Zé Analfabeto
  • Sonhar É Fácil (1951)
  • Ribatejo (1949)
  • Não Há Rapazes Maus (1948)
  • Fado, História d'uma Cantadeira (1948) .... Joaquim Marujo
  • Camões (1946) .... Malcozinhado
  • Pátio das Cantigas, O (1942) .... Narciso
  • Pai Tirano, O (1941) .... Mestre José Santana
  • A Grande Nicolau (1935)
  • A Canção de Lisboa (1933) .... Vasco
  • Lisboa (1930)
  • A Menina Endiabrada (1929)
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 Zita Duarte



   Zita Glória Duarte Silva (Cascais, 17 de Fevereiro de 1944Lisboa, 14 de Janeiro de 2000) foi uma actriz portuguesa.
   No teatro salienta o seu trabalho no Teatro Experimental de Cascais, companhia de que foi fundadora em 1965. Dirigida por Carlos Avilez participou em peças como Esopaida de António José da Silva (1965), A Maluquinha de Arroios de Andre Brun (1966), Fedra de Jean Racine (1967), Bodas de Sangue de Garcia Lorca (1968), Fuenteovejuna de Lope de Vega (1973) ou Ivone, Princesa de Borgonha de W. Gombrowickz (1974).
   Unanimemente reconhecida como uma das maiores actrizes portuguesas, faleceu aos 56 anos, vítima de um cancro. O seu nome foi atribuído a um prémio de teatro da Escola Profissional de Teatro de Cascais.


                                                                 Publicado por Ana sofia Reino

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